terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Uma Flor para o Natal
A situação não andava muito boa na casa de Alice. O marido estava desempregado há muito tempo e ela mal conseguia comprar comida para alimentar as crianças com o que sobrava após pagar as contas. O natal se aproximava e ela sabia que aquele seria um momento de profunda tristeza para todos. Desde que formara uma família, aquele seria o primeiro natal em que passariam “em branco”. E essa situação a deixava completamente arrasada e deprimida.
O marido procurava desesperadamente emprego e, mesmo sendo altamente qualificado nada encontrava. Por mais incrível que pudesse parecer, essa era a razão para o seu desemprego prolongado. Sempre que ia para uma entrevista, era recusado por ser “qualificado de mais” e a empresa não poder pagar um salário “adequado”. Mesmo ele praticamente implorando, era sempre descartado.
Ele sabia que naquele natal, não haveria sequer uma flor para alegrar a casa. A prioridade eram as contas básicas e a alimentação das crianças. Suas esperanças se esvaiam conforme a data festiva se aproximava e ele não via saída para aquela situação deprimente e, aparentemente, irreversível.
Por sua vez, Alice se esmerava em tudo o que podia. Como não tinha uma profissão definida, aceitava qualquer trabalho que aparecesse o que, invariavelmente, representava baixos salários e quase nenhum benefício. Mas ela estava determinada em impedir que sua família naufragasse e que o natal fosse um desastre total.
O natal chegou e com ele toda a concentração da tristeza e da depressão que se abatia sobre Alice e seu marido. Ele saiu logo cedo e passou to do dia fora de casa. Ela, preocupada e disposta a tudo para não permitir que aquele natal fosse triste e vazio, apanhou algum dinheiro que tinha economizado e foi às compras. A ceia de natal estaria garantida e um pouco de alegria reinaria naquela casa, pelo menos naquele dia especial.
Depois de comprar tudo e enquanto caminhava pela casa, encontrou uma velha que vendia flores numa barraca quase na porta do mercado. A senhora já tinha vendido praticamente tudo e restava apenas uma única flor, já meio murcha.
Alice parou diante da barraca da velha senhora e por alguns momentos pensou em pedir a flor para enfeitar a mesa da ceia. Mas não tinha mais qualquer dinheiro e sentia muita vergonha em pedir a flor para a mulher e ser ridicularizada. Mas, enquanto pensava nisso, percebeu que a velha senhora se levantava do banco em que estava e apanha a flor no vaso. Alice começou a caminhar quando a velha a chamou e, estendo a mão com a flor lhe disse: “Tome, minha filha, uma flor para o natal; vai lhe trazer felicidades”.
Alice agradeceu achando aquilo uma coincidência incrível e partiu para casa com passos apressados. Quando chegou, encontrou seu marido sentado na sala rodeado pelas crianças e todos sorriam e gritaram quando ela entrou. Ele levantou e a abraçou com uma força e com um amor que ela não percebia nele há muito tempo. Ainda sem assimilar o estranho comportamento de seu marido, Alice ficou maravilhada enquanto ele contava como encontrou um velho amigo de infância no shopping onde caminhava para espairecer e que, este velho amigo, era dono de uma das maiores empresas da região. A maior notícia era que ele comentara que estava desempregado e passando por dificuldades e o seu amigo o contratou imediatamente.
Alice ficou muito feliz e aquele natal foi mesmo indescritível e memorável. Dias depois, passando pelo mercado mais uma vez, Alice procurou pela velha senhora e como não a encontrasse em parte alguma; perguntou para um camelô que vendia nas proximidades pela velha que vendia flores ali.
Assustado e confuso, o camelô disse que por ali nunca se venderam flores e, muito menos, havia uma vendedora idosa. Enquanto ele falava isso, Alice irrompeu em lágrimas e entendeu imediatamente que a velha ou era um anjo ou era um bom espírito que foi colocado em seu caminho para lhe dar esperanças.
E todos os anos seguintes ela sempre comprava uma flor de natal.
(Desconheço o autor)
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