“Certo
homem, chamado Bill, costumava olhar o Natal como uma festa sem o menor
sentido. Segundo ele, a noite de 24 de Dezembro era a mais triste do
ano, porque várias pessoas se davam conta de quão solitárias eram, ou da
pessoa querida que havia morrido aquele ano.
Bill era um homem bom. Tinha uma família,
procurava ajudar ao próximo, e era honesto nos seus negócios.
Entretanto, não podia admitir que as pessoas fossem tão ingênuas a ponto
de acreditar que um Deus havia descido à Terra só para consolar os
homens. Sendo uma pessoa de princípios, não tinha medo de dizer a todos
que o Natal, além de ser mais triste que alegre, também estava baseado
numa história irreal - um Deus se transformando em homem.
Como sempre, na véspera da celebração do
nascimento de Cristo, sua esposa e seus filhos se prepararam para ir à
igreja. E como sempre, Bill resolveu deixá-los ir sozinhos, dizendo:
- Seria hipócrita da minha parte acompanhá-los. Estarei aqui esperando a volta de vocês.
Quando a família saiu, Bill sentou-se em sua
cadeira preferida, acendeu a lareira, e começou a ler os jornais
daquele dia. Entretanto, logo foi distraído por um barulho na sua janela
- seguido de outro, e mais outro.
Achando que era alguém jogando bolas de neve, Bill pegou seu casaco e saiu, na esperança de dar um susto no intruso.
Assim que abriu a porta, notou um bando de
pássaros, que haviam perdido seu rumo por causa de uma tempestade, e
agora tremiam na neve. Como tinham notado a casa aquecida, haviam
procurado entrar, mas ao se chocarem contra o vidro, machucaram suas
asas, e só poderiam voar de novo quando elas estivessem curadas.
"Não posso deixar estas criaturas aí fora", pensou Bill."Como ajudá-las?"
Bill foi até a porta da sua garagem, abriu-a, e acendeu a luz. Os pássaros, porém, não se moveram.
Neste momento, o sino da igreja tocou, anunciando a meia-noite. Um dos pássaros transformou-se em anjo, e perguntou a Bill:
- Agora você entende por que Deus precisava transformar-se em homem?”
Desconheço o autor
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